"O 'bicho – hôme' é uma fera,
Perigosa, indomável.
O “bicho – hôme”, quem dera
Que fosse mais sociável.
Com prazer ele faz guerra
E nela tornou-se hábil.
Espalha terror na Terra
Tornando-se o próprio alvo.
(...)"

(BICHO–HÔME.In "Gapuiando Sonhos na Ilha de Caratateua".Ed.UFPA,2008)

terça-feira, 12 de julho de 2011

TRIBUTO DA NATUREZA


A natureza cobrou
E com violência se impôs
Aos erros no acertado
Na ECO 92
Agimos com desagrado
E o castigo vem depois.

A natureza cobrou
E cobrará muito mais
Pelo mal que lhe fizemos
Em más ações, contumaz
E cada vez mais veremos
Ciclones e vendavais.

População não está vendo
- Com que anda preocupada?
O planeta está aquecendo,
A floresta dizimada.
Flora a fauna perecendo
Toda água envenenada.

Todo mundo á desfrutar
Do fatal desequilíbrio
As notícias estão no ar
Expostas ao áudio e vídeo
É hora de repensar
No desastroso convívio.
Não bastassem as tempestades
Ciclones e vendavais
O homem não se contenta
Cada vez querendo mais
Muita guerra incrementa
Esquece a palavra PAZ.

CONTRASTE


Uma agonia na barriga,
Tristeza no coração.
Sobrevivência sofrida,
Na mendicância do pão.
No semblante uma intriga:
O brinquedo, o balão.

Enquanto existir miseráveis,
Carentes, descamisados.
Num mundo tão conturbado
E produtor de indigentes.
O homem, que não se julgue
De ser o bom, o competente.

Neste “show” não bati palmas,
Foi grande a decepção,
Que me fez perder a calma,
Ver criaturas inocentes,
De repente comer palma
E sopa de papelão.

Não pode haver tanto pranto
No prato do brasileiro,
Crianças acuadas, no “canto”
Olhadas por derradeiro.
Numerário, entretanto,
Aplicado no estrangeiro.

Hoje elas estão nas ruas
Perambulam nas cidades
A realidade nua e crua
Droga e promiscuidade
Nasce o sol, se esconde a lua
Dorme em paz a sociedade.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

MEU VELHO

Todos nós no caminhar

Da vida temos certeza

De que chegaremos lá

Esse é um dom da natureza

Vida com dignidade

Que seja em qualquer momento

Independente da idade,

Ou desse caminhar lento.

Devemos ter o cuidado

Ao tratar o ente-querido

Não deixá-lo machucado,

Mal tratado, aborrecido.

A maneira de falar

Deve ser muito importante.

Para não lhe contrariar,

Nem mesmo por um instante.

Se você fala “Esse Velho”!

Não tem boa conotação.

Se ao contrário diz “Meu Velho”!,

Acarinha o coração.

Toda integridade física

Que é história de uma vida,

Não deve ser degradada,

E nem também agredida.

A nobre dignidade

É patrimônio importante.

Deve ser preservada,

É isso que a lei garante.

Havendo alguma agressão,

Na cartilha é que eu consulto

Para encontrar punição,

Inserida no Estatuto.

Ser “antigo” aposentado

Hoje tem muito valor,

Seu caminho liberado,

Seja lá por onde for.

É importante perceber

E gravar o que eu lhe digo

Que muitos querem viver,

Na proteção de um abrigo.

Para viver num abrigo

Eu digo que é importante

Que esse abrigo seja amigo,

Com assistência constante.

Quer no estudo ou no trabalho

No esporte e na diversão

Sempre bem direcionado,

Ao convívio cidadão.

Prioridade na fila

No banco, repartição

Na lei hoje está contida,

E chama a nossa atenção.

O motorista educado

Ao tratar bem o idoso

Por certo será chamado,

Profissional virtuoso.

Com aquele andar arqueado

Aquela cabeça branca

Traz a marca do passado,

E de uma vida tão franca.

No caminho percorrido

Ao longo da sua existência

Do mal ou bem ocorrido,

Sempre somando experiência.

Contribuiu na construção

Da nossa linda Cidade,

Visto na Constituição,

É membro da sociedade.

As lembranças do passado

Que se apresentam em sua mente

Um lindo sonho sonhado,

Passara-se suavemente.

Ele está sempre a falar:

- Eu fiz isso, fiz aquilo!

- Hoje eu vou me limitar,

A um viver mais tranqüilo.

Com tudo que ficou atrás

Esquecido com o tempo

E não voltará jamais,

Foi levado com o vento.

Aproveitando o dia-a-dia

O que a vida lhe oferece

Como o jardim que se cria,

E tudo novo acontece.

Do carinho da família

É dever participar

Pois tudo que fez na vida,

Foi para ela desfrutar.

Hoje, cercados de netos

Ficando muito feliz,

Tão logo virão bisnetos,

Multiplicando a matriz.

É com muita tolerância

Que ele deve ser tratado

Pois voltando a ser criança,

Às vezes fica “levado”.

Quem inventou o idoso

Por certo e sabedoria

Ficou tão esperançoso,

Que se inspirou nesse dia.

E vou dizer algo mais

Que sempre foram amigos.

Cuidaram dos nossos pais

Lhe dando amor e abrigo.

Por isso venho falar

E digo com emoção

Que o idoso tem bom lugar,

Dentro do meu coração.


CÍRIO DE NAZARÉ

É tempo de muito amor,

É tempo de romaria,

É tempo de esquecer a dor,

É tempo de amar Maria.

Quando outubro vem chegando,

E o Ciro de Nazaré

Belém vai se transformando

Em clima de muita fé.

Uma festa desse porte

Louvando a Nossa Senhora

Só acontece que no norte

E é notícia no mundo a fora.

Foi em mil e setecentos

Parecia até miragem

Encontrada ali no tempo

Aquela bela imagem.

Daquela que era Santa,

A Virgem de Nazaré

E que hoje ao povo encanta

No Círio de tanta fé.

Plácido que não esperava,

Ficou muito preocupado

E para todos falava

Daquele seu grande achado

A cidade é enfeitada

As ruas do mudam o roteiro

para a festa esperada,

Por todos o ano inteiro.

E vão chegando os turistas,

É gente para todo lado,

Vindos todos em visita

Para este solo amado

São muitos que vem de longe

Vinhedos até do exterior

Para exaltar o seu nome

E cantar hinos de amor.

Com a missa do mandato,

Celebrada há trinta dias,

Pelo metropolitano

É o arcebispo que inicia

Logo após o mandato

Vem as peregrinações

Onde as família de fato

Se reúnem em orações

Se quiser participar

Sempre como um bom cristão

Só basta ao Padre avisar

Para receber a atenção.

A berlinda é enfeitada

Tal e qual uma carruagem

Com lindas flores variadas,

Combinando com a imagem.

A guarda está formada

É a proteção da berlinda

Ela foi bem preparada

Para cuidar da Bem-vinda

O lindo manto bordado,

Com muita dedicação

Todos querem tocá-lo

Como parte da missão.

A família paraense

Reunida em harmonia,

É tradição Belenense

De festejar esse dia.

De Ananindeua a Icoaraci

Segue pela rodovia

É das mais lindas que eu vi

Esta linda Romaria

Saído de Icoaraci

Para aportar na capital

Logo após a grande missa

Na romaria fluvial

É para o Colégio Gentil

Que segue o motociclista

Em grande número febril

Chega-se a perder de vista.

E os romeiros em oração

Em noite fenomenal

Fazem a transladação

Do Gentil a Catedral.

O devoto pertinente

Logo cedo ele acorda

E vai procurar urgente

Um lugar bem junto à Corda.

Para ver o Círio Passar

As pessoas se aglomeram

Pra Virgem Santa avistar

Todo o tempo eles esperam.

Quando saía da Catedral

Da Sé, a imagem é nítida

Com multidão colossal

Em direção à Basílica

Numa grande multidão

Vão chegando os promesseiros

Trazendo réplicas nas mãos

São vindos do mundo inteiro.

[...]

(Fragmento do cordel Círio de N.Sra de Nazaré,2004)