Perigosa, indomável.
O “bicho – hôme”, quem dera
Que fosse mais sociável.
Com prazer ele faz guerra
E nela tornou-se hábil.
Espalha terror na Terra
Tornando-se o próprio alvo.
(...)"
(BICHO–HÔME.In "Gapuiando Sonhos na Ilha de Caratateua".Ed.UFPA,2008)
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Todos nós no caminhar
Da vida temos certeza
De que chegaremos lá
Esse é um dom da natureza
Vida com dignidade
Que seja em qualquer momento
Independente da idade,
Ou desse caminhar lento.
Devemos ter o cuidado
Ao tratar o ente-querido
Não deixá-lo machucado,
Mal tratado, aborrecido.
A maneira de falar
Deve ser muito importante.
Para não lhe contrariar,
Nem mesmo por um instante.
Se você fala “Esse Velho”!
Não tem boa conotação.
Se ao contrário diz “Meu Velho”!,
Acarinha o coração.
Toda integridade física
Que é história de uma vida,
Não deve ser degradada,
E nem também agredida.
A nobre dignidade
É patrimônio importante.
Deve ser preservada,
É isso que a lei garante.
Havendo alguma agressão,
Na cartilha é que eu consulto
Para encontrar punição,
Inserida no Estatuto.
Ser “antigo” aposentado
Hoje tem muito valor,
Seu caminho liberado,
Seja lá por onde for.
É importante perceber
E gravar o que eu lhe digo
Que muitos querem viver,
Na proteção de um abrigo.
Para viver num abrigo
Eu digo que é importante
Que esse abrigo seja amigo,
Com assistência constante.
Quer no estudo ou no trabalho
No esporte e na diversão
Sempre bem direcionado,
Ao convívio cidadão.
Prioridade na fila
No banco, repartição
Na lei hoje está contida,
E chama a nossa atenção.
O motorista educado
Ao tratar bem o idoso
Por certo será chamado,
Profissional virtuoso.
Com aquele andar arqueado
Aquela cabeça branca
Traz a marca do passado,
E de uma vida tão franca.
No caminho percorrido
Ao longo da sua existência
Do mal ou bem ocorrido,
Sempre somando experiência.
Contribuiu na construção
Da nossa linda Cidade,
Visto na Constituição,
É membro da sociedade.
As lembranças do passado
Que se apresentam em sua mente
Um lindo sonho sonhado,
Passara-se suavemente.
Ele está sempre a falar:
- Eu fiz isso, fiz aquilo!
- Hoje eu vou me limitar,
A um viver mais tranqüilo.
Com tudo que ficou atrás
Esquecido com o tempo
E não voltará jamais,
Foi levado com o vento.
Aproveitando o dia-a-dia
O que a vida lhe oferece
Como o jardim que se cria,
E tudo novo acontece.
Do carinho da família
É dever participar
Pois tudo que fez na vida,
Foi para ela desfrutar.
Hoje, cercados de netos
Ficando muito feliz,
Tão logo virão bisnetos,
Multiplicando a matriz.
É com muita tolerância
Que ele deve ser tratado
Pois voltando a ser criança,
Às vezes fica “levado”.
Quem inventou o idoso
Por certo e sabedoria
Ficou tão esperançoso,
Que se inspirou nesse dia.
E vou dizer algo mais
Que sempre foram amigos.
Cuidaram dos nossos pais
Lhe dando amor e abrigo.
Por isso venho falar
E digo com emoção
Que o idoso tem bom lugar,
Dentro do meu coração.
CÍRIO DE NAZARÉ
É tempo de muito amor,
É tempo de romaria,
É tempo de esquecer a dor,
É tempo de amar Maria.
Quando outubro vem chegando,
E o Ciro de Nazaré
Belém vai se transformando
Em clima de muita fé.
Uma festa desse porte
Louvando a Nossa Senhora
Só acontece que no norte
E é notícia no mundo a fora.
Foi em mil e setecentos
Parecia até miragem
Encontrada ali no tempo
Aquela bela imagem.
Daquela que era Santa,
A Virgem de Nazaré
E que hoje ao povo encanta
No Círio de tanta fé.
Plácido que não esperava,
Ficou muito preocupado
E para todos falava
Daquele seu grande achado
A cidade é enfeitada
As ruas do mudam o roteiro
para a festa esperada,
Por todos o ano inteiro.
E vão chegando os turistas,
É gente para todo lado,
Vindos todos em visita
Para este solo amado
São muitos que vem de longe
Vinhedos até do exterior
Para exaltar o seu nome
E cantar hinos de amor.
Com a missa do mandato,
Celebrada há trinta dias,
Pelo metropolitano
É o arcebispo que inicia
Logo após o mandato
Vem as peregrinações
Onde as família de fato
Se reúnem em orações
Se quiser participar
Sempre como um bom cristão
Só basta ao Padre avisar
Para receber a atenção.
A berlinda é enfeitada
Tal e qual uma carruagem
Com lindas flores variadas,
Combinando com a imagem.
A guarda está formada
É a proteção da berlinda
Ela foi bem preparada
Para cuidar da Bem-vinda
O lindo manto bordado,
Com muita dedicação
Todos querem tocá-lo
Como parte da missão.
A família paraense
Reunida em harmonia,
É tradição Belenense
De festejar esse dia.
De Ananindeua a Icoaraci
Segue pela rodovia
É das mais lindas que eu vi
Esta linda Romaria
Saído de Icoaraci
Para aportar na capital
Logo após a grande missa
Na romaria fluvial
É para o Colégio Gentil
Que segue o motociclista
Em grande número febril
Chega-se a perder de vista.
E os romeiros em oração
Em noite fenomenal
Fazem a transladação
Do Gentil a Catedral.
O devoto pertinente
Logo cedo ele acorda
E vai procurar urgente
Um lugar bem junto à Corda.
Para ver o Círio Passar
As pessoas se aglomeram
Pra Virgem Santa avistar
Todo o tempo eles esperam.
Quando saía da Catedral
Da Sé, a imagem é nítida
Com multidão colossal
Em direção à Basílica
Numa grande multidão
Vão chegando os promesseiros
Trazendo réplicas nas mãos
São vindos do mundo inteiro.
[...](Fragmento do cordel Círio de N.Sra de Nazaré,2004)